

A Síndrome da Dor Femoropatelar (SDPF), também conhecida como “joelho de corredor” ou condromalácia patelar em seus estágios mais avançados, é a causa mais comum de dor crônica na parte anterior do joelho. Essa dor surge do atrito excessivo e da pressão entre a patela (rótula) e o fêmur (osso da coxa), especialmente quando a patela não se move corretamente em seu trilho durante a flexão e extensão do joelho.
Os sintomas característicos da SDPF incluem uma dor incômoda e profunda na região frontal do joelho, que é agravada por atividades que aumentam a carga na articulação. O paciente tipicamente sente dor ao subir ou descer escadas, ao agachar, ao correr, ou após longos períodos na mesma posição, como ficar sentado com os joelhos flexionados (o chamado “sinal do cinema”).
A principal causa dessa dor não é a lesão em si, mas sim o mau alinhamento ou o desequilíbrio muscular. Fatores como fraqueza do músculo Vasto Medial Oblíquo (parte do quadríceps), excesso de tensão na banda iliotibial ou nos isquiotibiais, e alterações biomecânicas no pé (como o pé plano) podem levar a uma trajetória inadequada da patela, causando o atrito.
O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada do ortopedista, que inclui a análise da marcha, da pisada e da força muscular. Exames de imagem como a radiografia e a ressonância magnética são frequentemente solicitados. Embora a ressonância possa mostrar o estado da cartilagem (condromalácia), o diagnóstico da síndrome é essencialmente clínico e funcional, focado na biomecânica do movimento.
O tratamento da Dor Femoropatelar é quase sempre conservador e altamente dependente da fisioterapia e da reabilitação muscular. O foco primordial é restabelecer o equilíbrio muscular, fortalecendo o quadríceps (especialmente o Vasto Medial) e os músculos do quadril (glúteos). Isso garante que a patela volte a se mover de forma correta e alinhada, minimizando o atrito.
Além da terapia de fortalecimento, o tratamento pode incluir o uso de bandagens funcionais (taping) para ajudar a guiar a patela durante os exercícios, o ajuste de atividades que causam dor e, em alguns casos, o uso de palmilhas ortopédicas para corrigir a pisada e o alinhamento de todo o membro inferior.
O prognóstico da SDPF é geralmente excelente, desde que o paciente seja disciplinado na execução dos exercícios de reabilitação. É fundamental evitar a automedicação e procurar um especialista, pois a dor crônica pode levar a quadros de inatividade e atrofia muscular. A correção dos desequilíbrios não só alivia a dor, mas também previne o desgaste progressivo da cartilagem patelar, preservando a saúde do joelho a longo prazo.
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